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terça-feira, 23 de janeiro de 2018

O reformador da Natureza - atividade 5º ano e 6º ano



O Reformador da Natureza
    Américo Pisca-Pisca tinha o hábito de botar defeito em todas as coisas.O mundo pra ele estava errado e a natureza só fazia asneiras. 
— Tolices, Américo?
— Pois então?!... Aqui mesmo, neste pomar, você tem a prova disso. Lá está àquela jabuticabeira enorme sustentando frutas pequeninas e mais adiante vejo uma colossal abóbora presa ao caule duma planta rasteira. Não era lógico que fosse justamente o contrário? Se as coisas tivessem que ser reorganizadas por mim, eu trocaria as bolas – punha as jabuticabas na aboboreira e as abóboras na jabuticabeira. Não acha que tenho razão?
E assim discorrendo, Américo provou que tudo estava errado e só ele era capaz de dispor com inteligência o mundo.
— Mas o melhor – concluiu – não é pensar nisso, é tirar uma soneca à sombra destas árvores, não acha?
E Américo Pisca-Pisca, pisca-piscando que não acabava mais, estirou-se de papo para cima à sombra da jabuticabeira.
Dormiu. Dormiu e sonhou. Sonhou com o mundo novo, inteirinho, reformado pelas suas mãos. Uma beleza!
De repente, porém, no melhor do sonho, plaf! Uma jabuticaba cai do galho bem em cima do seu nariz.
Américo despertou de um pulo. Piscou, piscou. Meditou sobre o caso e afinal reconheceu que o mundo não era tão mal feito como ele dizia.
E lá se foi para casa, refletindo:
 — Que espiga!... Pois não é que se o mundo tivesse sido reformado por mim a primeira vítima teria sido eu mesmo? Eu, Américo Pisca-Pisca, morto pela abóbora por mim posta em lugar da jabuticaba? Hum!... Deixemo-nos de reformas. Fique tudo como está que está tudo muito bem.
E Pisca-Pisca lá continuou a piscar pela vida a fora, mas desde então perdeu a cisma de corrigir a Natureza. [...]                                                 LOBATO, Monteiro. A reforma da natureza. São Paulo: Brasiliense, 2002

01- No trecho “— Mas o melhor – concluiu – não é pensar nisso, é tirar uma soneca à sombra destas árvores, não acha?”, a palavra sublinhada se refere:
(A) ao hábito de Américo de pôr defeito nas coisas. 
(B) à queda da jabuticaba no nariz do Américo.
(C) às mudanças sugeridas por Américo.                  
(D) ao sonho que Américo teve.

02. A conclusão que Pisca-Pisca tirou de suas ideias reformadas foi:
( A ) que o mundo realmente estava errado            
( B ) que as abóboras estavam fora do lugar
( C ) que ele próprio seria a primeira vítima
( D ) que é bom dormir à sombra das jabuticabeiras

03. Evidenciando o apego que todos têm à vida, podemos dizer que a segunda conclusão de Pisca-Pisca foi:
(A) Fique tudo como está que está tudo muito bem
( B) Pisca-Pisca  continuou  a  piscar
(C ) É bom tentar, apesar de tudo, modificar o mundo

04. Na frase: “Sonhou com o mundo novo reformado inteirinho pelas suas mãos.
Uma beleza!”, o termo em destaque refere-se às mãos:
(A) Do Mundo.
(B) Do Pisca-pisca.
(C) Das jabuticabeiras.
(D) Da Natureza.

05. A ideia de reformar o mundo parecia ser uma obsessão de Américo Pisca-Pisca. Nota-se isso na frase:
( A  ) “Dormiu”                                          
(  B ) “Dormiu e sonhou”
(  C ) “ Sonhou com um mundo novo reformado inteirinho pelas suas mãos “
(  D ) “E Pisca-Pisca... estirou-se de papo para cima à sombra da jabuticabeira”

06) O que faz Américo Pisca-Pisca mudar de ideia quanto a reformar a natureza ? 
_________________________________________________________________________
07) Diga o significado de:
A) asneiras. _____________________________ 
B) discorrendo ___________________________
C) dispor _______________________________
D) cisma _______________________________

08) "De repente, no melhor da festa, plaf!" A palavra em destaque expressa
(A) modo
(B) lugar 
(C) tempo
(D) lugar

09) "Dormiu. Dormiu e sonhou. Sonhou com o mundo novo, inteirinho, reformado pelas suas mãos. Uma beleza!" O ponto de exclamação indica 
(A) afirmação
(B) Satisfação
(C) Ordem
(D) Alegria 

10)  "Aqui mesmo, neste pomar, você tem a prova disso." a função da vírgula na frase indica 
(A) pausa 
(B) confirmação
(C) explicação
(D) lugar

Boa sorte!

A SOPA DE PEDRA - 6º ano atividade

Pedro Malasartes e a Sopa de Pedras

         Pedro Malasartes, um caipira danado de esperto. Um dia, ele estava ouvindo a conversa do pessoal na porta da venda. Eles conversavam sobre uma senhora, Dona Agromelsilda, moradora da região e que era conhecida por sua excessiva avareza.
         A conversa caminhava assim:
        - Gente, vocês não imaginam como é “unha de fome” aquela Dona Agromelsilda, que mora para os lados do estradão da Grota Funda! – Dizia um.
        - Unha de fome é pouco! Aquela velha é capaz de não comer banana só pra não ter que jogar a casca fora. Completou o segundo, um dos fregueses que bebiam na venda.
       Um terceiro freguês afirmou:
       -Aquela velha é tão “pão dura” que nem comida para os coitados dos cachorros ela dá. Os bichinhos estão todos passando fome. Magros, magros de dar dó. Acho até que o estômago deles já encostou nas costelas.
      -Está para nascer o homem que conseguira tirar alguma coisa daquela velha. Duvido que alguém consiga esta proeza.
        Pedro ouvindo. Ouvindo e matutando, decidiu que era hora de agir, se quisesse comer e ganhar algum dinheiro. Pedro disse:
         -Eu aposto o que vocês quiserem como pra mim a velha vai dar alguma coisa de bom grado.
         -Você esta ficando doido Pedro Malasartes? Aquela velha, além de não dar nada para ninguém, também anda armada com uma baita de uma espingarda. Disse o dono do armazém.
         A turma apostou alto, na esperança de ganhar. Mas Pedro, muito matreiro, já tinha um plano.            
         Pedro tratou de arranjar um panelão fundo, uma sacola, mais algumas coisinhas e partiu para a casa da velha a toda velocidade. Para ganhar uma aposta o malandro não poupava esforços e nem tinha preguiça.
         Chegando perto da porteira da casa da velha, que morava numa enorme fazenda, Pedro fez um bom fogo, encheu o panelão com a água do riacho, e juntando muitas pedras do chão, jogou-as na água. Depois ficou de olho no movimento da casa.
Quando a velha abriu a janela do quarto e viu Pedro fazendo aquele fogareiro, na frente de sua fazenda, pensou:
            -Mas o que será que aquele doido está fazendo na entrada das minhas terras? Vou lá ver.
Chegando ao local em que Pedro estava, perguntou muito irritada:
-Será que dá para o senhor explicar o que esta pensando em fazer com todo este fogo na frente da porteira de minha fazenda?
Pedro que estava de rabo de olho na velha, nem ligou para a malcriação e respondeu todo educado:
-Boa tarde minha Vó? Tudo bom com a senhora? Estou preparando uma deliciosa sopa de pedras.
-Sopa de pedras? Respondeu a velha incrédula.
-Isso mesmo. Uma deliciosa sopa de pedras, receita de minha finada mãe.
-E fica boa?
-Boa? Fica muito boa!
A Velha, sovina como era, pensou em tirar proveito. Fingindo-se muito educada a velha pediu:
-Meu filho, quando terminar você dá um pouco para eu experimentar?
-Claro minha Vó.
Assim, Pedro tratou de jogar mais lenha na fogueira e deixou as pedras cozinharem.
Passada uma hora:
 - O meu filho: Essa sopa sai ou não sai?
-Claro que sai minha Vó. Daqui a pouco esta prontinha. É que leva um tempo para cozinhar direitinho as pedras. Mas se a senhora tivesse uns legumes para colocar na sopa ela ficava melhor ainda.
         A velha faminta como estava, nem pensou duas vezes e disse:
            -Pronto meu filho. Este tanto dá?
           -Dá minha Vó.
         Pedro recolheu os legumes que a velha trouxe. Colocou metade de tudo em sua sacola.
         Passada mais uma hora, a velha com mais fome, perguntou:
           -Mas meu filho, esta sopa sai ou não sai?
          -Tá saindo minha Vó. Tá saindo. Mas a sopa ficaria tão boa se tivesse uma linguiça defumada, e uma carninha seca para colocar.
         A velha ansiosa disse:
        -Eu tenho tudo isso em casa. Vou lá buscar. E tratou de buscar tudo que foi pedido.
         Quando voltou entregou ao Pedro que, novamente, separou dois montes, colocando metade na sopa.  Mais uma hora e a velha já estava verde de fome, quase desmaiando. Isso sem falar na fazenda que estava na maior bagunça com as vacas sem ordenha, os bezerros sem leite, as galinhas sem os ovos recolhidos.
         A velha então perguntou:
          -Menino! Esta sopa não fica pronta nunca?
          -Tá prontinha minha vó. A senhora tem uns pratos para poder servir?
         A velha saiu como um raio para dentro da casa e mais rápido ainda voltou com os pratos e colheres.
         Pedro pegou o prato da velha e encheu de pedras. Quanto ao seu prato, colocou as partes boas da sopa e poucas pedras. Sentou num canto e quando foi comer uma colherada de pedras de seu prato, jogou todas elas fora.
         A velha que estava tentando mastigar as pedras, quase quebrando os dentes, não acreditou no que viu o Pedro fazer. Então perguntou:
         -Meu filho, você não vai comer as pedras não?
         E Pedro, que já havia planejado isto também, respondeu com a maior cara de pau:
        -Comer pedra minha Vó? Tá doida é? Se eu comer estas pedras todas vou acabar quebrando os dentes.
         Ao dizer isto pegou sua sacola, com as coisas dadas pela velha, e saiu fugindo sem olhar para traz, pois ouvia os berros indignados dela correndo atrás do malandro.
         Quando chegou ao armazém, os três amigos da aposta não acreditaram na história de Pedro. Só tiveram a confirmação de tudo que o Pedro dissera, quando a velha chegou ao armazém contando que dera para Pedro uma porção de coisas para fazer uma sopa de pedras, mas que era na verdade uma sopa de legumes com os ingredientes que ela colheu de sua horta e pertences de sua casa.
         Assim que a velha saiu, Pedro cobrou a aposta e tratou de se mandar.
         Dizem que esta andando pelo mundo até hoje, aprontando e dando golpes nos que tentam enganá-lo.
  
Fontes pesquisadas:
“Contos Tradicionais Do Brasil” (Folclore)
Luís Da Câmara Cascudo
Editora: Global

Atividade de interpretação
     01)  Onde passa a historia?
     a)  No pátio     b) na cidade       c) no rio       d) no sitio
    02)  De acordo com o texto, quais as características da velha?
     03)  Qual foi a aposta feita por Pedro Malasarte?

     04)  Enumere as frases de acordo com a sequência da historia:
___    Eu aposto o que vocês quiserem como pra mim a velha vai dar alguma coisa de bom grado.
___ -Mas o que será que aquele doido está fazendo na entrada das minhas terras? Vou lá ver.
___ Eles conversavam sobre uma senhora, Dona Agromelsilda, moradora da região e que era conhecida por sua excessiva avareza.
____ Estou preparando uma deliciosa sopa de pedras
___ Mas a sopa ficaria tão boa se tivesse uma linguiça defumada, e uma carninha seca para colocar.

___ A senhora tem uns pratos para poder servir?
____ Chegando perto da porteira da casa da velha, que morava numa enorme fazenda.
____ Se eu comer estas pedras todas vou acabar quebrando os dentes.

____ Pedro cobrou a aposta e tratou de se mandar.

___   Pedro ouvindo. Ouvindo e matutando, decidiu que era hora de agir, se quisesse comer e ganhar algum dinheiro.
     05)  Quais ingredientes o Pedro usou na sopa?  
     06)  “Pedro ouvindo. Ouvindo e matutando, decidiu que era hora de agir...” o que quer dizer matutando?
     07)  “-Sopa de pedras? Respondeu a velha incrédula”. O que significa a palavra em destaque?
   08)  “E Pedro, que já havia planejado isto também, respondeu com a maior cara de pau” O que quer dizer a expressão grifada?

    09)  Qual a linguagem utilizada pelo menino na última fala do texto? Justifique

    10)  Debata com seus colegas a respeito das perguntas

a)      É corretor mentir?
b)      A quais conseqüências a mentira pode levar?
c)      O que é honestidade?

Agora, você vai construir um texto mostrando em que momentos do seu dia a dia você demonstra honestidade.




BOA SORTE